Mostra percorre História da Direção de Arte no Brasil
Com curadoria de Débora Butruce, são 22 filmes representativos da trajetória da função ao longo de 90 anos de cinema brasileiro
A mostra “A direção de arte no cinema brasileiro” traz a oportunidade de conhecimento e entendimento da Direção de Arte na atividade cinematográfica brasileira, e principalmente o reconhecimento do trabalho de profissionais como Anísio Medeiros, A. Monteiro Filho, Pierino Massenzi (na imagem acima, Dercy Gonçalves e Odete Lara em “Uma certa Lucrécia”, de 1957), Luiz Carlos Ripper, Hélio Eichbauer, entre tantos outros. “Geralmente, é difícil o reconhecimento do papel da direção de arte, seja como elemento dramático ou como principal elemento na construção da ambiência e atmosfera do filme. Tradicionalmente, a função é mais notada em gêneros cinematográficos específicos, como musicais, filmes de época e ficções científicas. O alcance do trabalho da direção de arte, entretanto, é bem mais amplo, por isso foram selecionados filmes com propostas estéticas tão diversas”, comenta a curadora, que incluiu na abertura uma homenagem a Clóvis Bueno (1940-2015).
De 1920 aos dias de hoje
Débora Butruce acertou na seleção de nomes para a Mostra. A programação inicia o percurso histórico da Direção de Arte na década de 1920 com “Braza dormida” (1928), direção de Humberto Mauro e cenografia de Alcebíades Monteiro Filho. E passa pelos anos 1980, com a função sendo creditada como “cenografia”. O filme mais recente é “Amor, plástico e barulho” (2015), de Renata Pinheiro, com direção de arte de Dani Vilela. Há títulos badalados pelos cinéfilos como “Macunaíma” (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, com cenografia e figurinos de Anísio Medeiros. Butruce também selecionou “Tudo bem” (1978), de Arnaldo Jabor, com cenografia e figurinos de Hélio Eichbauer; “A festa da menina morta” (2008), direção de Mateus Nachtergaele e direção de arte de Renata Pinheiro; e “Trabalhar cansa” (2011), de Juliana Rojas e Marco Dutra, com direção de arte de Fernando Zuccolotto. Mas entre todos, destaca-se o raro “Uma certa Lucrécia” (1957), de Fernando de Barros, protagonizado por Dercy Gonçalves e com cenografia de Pierino Massenzi, que, com sua engenhosidade, conseguiu recriar parte da cidade de Veneza em estúdio.
A Festa da Menina Morta, 2008.
Homenagem a Clóvis Bueno
Na terça-feira de abertura, no dia 7, a Mostra faz homenagem ao diretor de arte Clóvis Bueno (1940-2015), com uma exibição especial de “O beijo da mulher aranha” (1985), de Hector Babenco. Dentre os mais de 30 trabalhos de Bueno, o filme se destaca como a primeira produção brasileira a incluir a função de direção de arte em seus créditos. A sessão contará com a presença da diretora de arte Vera Hamburger e da figurinista Rita Murtinho, que participarão de uma conversa sobre o trabalho de Bueno após a exibição.
Dois debates
A programação da mostra ainda conta com dois debates a serem realizados nos dias 11 e 18 de fevereiro (sábados), com profissionais e pesquisadores da área. No dia 11, às 18h30, os debatedores convidados discutem “A pesquisa em direção de arte em cinema: avanços e perspectivas”. No dia 18, às 18h30, o tema debatido será “O trabalho com direção de arte no cinema brasileiro”. Ambos com entrada franca.
Programação
7 de fevereiro (terça-feira)
Cinema 2
15h – Braza dormida (1928), de Humberto Mauro, Cenografia: Alcebíades Monteiro Filho, 98 min, Digital, 14 anos.
17h30 – O beijo da mulher aranha (1985), de Hector Babenco, Direção de arte: Clóvis Bueno, 120 min, Digital, 14 anos.
Homenagem ao diretor de arte Clóvis Bueno.
Anjos da Noite, 1986
8 de fevereiro (quarta-feira)
Cinema 1
14h – 24 horas de sonho (1941), de Chianca de Garcia, Cenografia: Hipólito Collomb, 100 min, 35mm, 12 anos.
16h – Carnaval atlântida (1952), de Watson Macedo, Cenografia: Martim Gonçalves, 92 min, Digital, 10 anos.
18h – Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, Cenografia e figurinos: Anísio Medeiros, 108 min, 35mm, 12 anos.
Cinema 2
13h – Maridinho de luxo (1938), de Luiz de Barros, Cenografia: Alcebíades Monteiro Filho, 87 min, Digital, 10 anos.
15h – Agulha no palheiro (1952), de Alex Viany, Cenografia: Alcebíades Monteiro Filho, 97 min, Digital, 12 anos.
9 de fevereiro (quinta-feira)
Cinema 1
13h – Terra em transe (1967), de Glauber Rocha, Supervisão artística: Paulo Gil Soares, 105 min, 35mm, 14 anos.
15h – A ostra e o vento (1997), de Walter Lima Jr., Direção de arte: Clóvis Bueno, 109 min, 35mm, 14 anos
17h15 – El justicero (1967), de Nelson Pereira dos Santos, Cenografia e figurinos: Luiz Carlos Ripper, 80 min, 35mm, 14 anos.
Cinema 2
14h – Uma certa Lucrécia (1957), de Fernando de Barros, Cenografia: Pierino Massenzi, 80 min, Digital, Livre.
18h45 – Tudo bem (1978), de Arnaldo Jabor, Cenografia e figurinos: Hélio Eichbauer, 110 min, Digital, 14 anos.
10 de fevereiro (sexta-feira)
Cinema 1
15h – Orfeu (1999), de Cacá Diegues, Direção de arte: Clóvis Bueno, 110 min, 35mm, 14 anos.
18h – Kenoma (1998), de Eliane Caffé, Direção de arte: Clóvis Bueno, 110 min, 35mm, 12 anos.
Cinema 2
13h – Anjos da noite (1986), de Wilson Barros, Direção de arte: Cristiano Amaral, 98 min, Digital, 14 anos.
11 de fevereiro (sábado)
Cinema 1
13h – Trabalhar cansa (2011), de Juliana Rojas e Marco Dutra, Direção de arte: Fernando Zuccolotto, 100 min, 25mm, 12 anos
16h – Bruna Surfistinha (2011), de Marcus Baldini, Direção de arte: Luiz Roque, 108 min, 35mm, 16 anos.
18h30 – Debate – A pesquisa sobre a direção de arte em cinema: avanços e perspectivas. Com Beth Jacob Tainá Xavier e Carolina Bassi. Mediação: Débora Butruce e Rodrigo Bouillet.
Cinema 2
11h – Super Xuxa contra o Baixo Astral (1988), de Ana Penido e David So, Direção de arte: Yurika Yamazaki, 100 min, Digital, Livre.
15h – A festa da menina morta (2008), de Matheus Nachtergaele, Direção de arte: Renata Pinheiro, 110 min, Digital, 16 anos.
12 de fevereiro (domingo)
Cinema 1
11h – Castelo Rá-tim-bum, o filme (1999), de Cao Hamburger, Direção de arte: Clóvis Bueno e Vera Hamburger, 108 min, 35mm, Livre.
18h30 – Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda, Direção de arte: Renata Pinheiro, 110 min, 35mm, 16 anos.
Cinema 2
14h – O beijo da mulher aranha (1985), de Hector Babenco, Direção de arte: Clóvis Bueno, 120 min, Digital, 14 anos.
16h30 – Amor, plástico e barulho (2015), de Renata Pinheiro, Direção de Arte: Dani Vilela, 84 min, Digital, 14 anos.
14 de fevereiro (terça-feira)
Cinema 1
17h – 24 horas de sonho (1941), de Chianca de Garcia, Cenografia: Hipólito Collomb, 100 min, 35mm, 12 anos.
19h – Carnaval atlântida (1952), de Watson Macedo, Cenografia: Martim Gonçalves, 92 min, Digital, 10 anos.
Cinema 2
13h – Braza dormida (1928), de Humberto Mauro, Cenografia: Alcebíades Monteiro Filho, 98 min, Digital, 14 anos.
15h – Maridinho de luxo (1938), de Luiz de Barros, Cenografia: Alcebíades Monteiro Filho, 87 min, Digital, 10 anos.
15 de fevereiro (quarta-feira)
Cinema 1
14h – El justicero (1967), de Nelson Pereira dos Santos, Cenografia e figurinos: Luiz Carlos Ripper, 80 min, 35mm, 14 anos.
16h – Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, Cenografia e figurinos: Anísio Medeiros, 108 min, 35mm, 12 anos.
18h – Terra em transe (1967), de Glauber Rocha, Supervisão artística: Paulo Gil Soares, 105 min, 35mm, 14 anos.
Cinema 2
13h – Agulha no palheiro (1952), de Alex Viany, Cenografia: Alcebíades Monteiro Filho, 97 min, Digital, 12 anos.
15h – Uma certa Lucrécia (1957), de Fernando de Barros, Cenografia: Pierino Massenzi, 80 min, Digital, Livre.
16 de fevereiro (quinta-feira)
Cinema 1
13h – Kenoma (1998), de Eliane Caffé, Direção de arte: Clóvis Bueno, 110 min, 35mm, 12 anos.
15h30 – A ostra e o vento (1997), de Walter Lima Jr., Direção de arte: Clóvis Bueno, 109 min, 35mm, 14 anos
Cinema 2
14h – Anjos da noite (1986), de Wilson Barros, Direção de arte: Cristiano Amaral, 98 min, Digital, 14 anos.
18h – Tudo bem (1978), de Arnaldo Jabor, Cenografia e figurinos: Hélio Eichbauer, 110 min, Digital, 14 anos.
17 de fevereiro (sexta-feira)
Cinema 1
13h – Trabalhar cansa (2011), de Juliana Rojas e Marco Dutra, Direção de arte: Fernando Zuccolotto, 100 min, 25mm, 12 anos
15h – Orfeu (1999), de Cacá Diegues, Direção de arte: Clóvis Bueno, 110 min, 35mm, 14 anos.
18h – Bruna Surfistinha (2011), de Marcus Baldini, Direção de arte: Luiz Roque, 108 min, 35mm, 16 anos.
Cinema 2
16h – A festa da menina morta (2008), de Matheus Nachtergaele, Direção de arte: Renata Pinheiro, 110 min, Digital, 16 anos.
18 de fevereiro (sábado)
Cinema 1
13h – Castelo Rá-tim-bum, o filme (1999), de Cao Hamburger, Direção de arte: Clóvis Bueno e Vera Hamburger, 108 min, 35mm, Livre.
16h – Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda, Direção de arte: Renata Pinheiro, 110 min, 35mm, 16 anos.
18h30 - Debate – O trabalho com direção de arte no cinema brasileiro. Com Claudio Amaral Peixoto e BiaSalgado. Mediação: Débora Butruce e Rodrigo Bouillet.
Cinema 2
11h – Super Xuxa contra o Baixo Astral (1988), de Ana Penido e David So, Direção de arte: Yurika Yamazaki, 100 min, Digital, Livre.
15h15 – Amor, plástico e barulho (2015), de Renata Pinheiro, Direção de Arte: Dani Vilela, 84 min, Digital, 14 anos.
“A direção de arte no cinema brasileiro”
Mostra de 22 filmes com curadoria de Débora Butruce para debate e divulgação da função do Diretor de Arte no Cinema Brasileiro
Abertura dia 7 de fevereiro, às 15h
Término dia 18 de fevereiro, às 18h30
Caixa Cultural Rio de Janeiro, Rio de Janeiro